A concessionária Águas de Niterói, que no fim de novembro completou 15 anos de atividade no município, recebeu da Empresa Municipal de Moradia, Urbanização e Saneamento (Emusa), no dia 4 de dezembro, autorização para reajustar em 8,48% as tarifas pela prestação dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário.
O aumento vai ser cobrado em janeiro pelo consumo registrado neste mês de dezembro.
O valor da Tarifa Referencial de Água (TRA) passou de R$ 2,2171 para R$ 2,4051, o metro cúbico, segundo ato da Emusa publicado no Diário Oficial de 4/12/2014. Como em anos anteriores, foi acima da inflação de 6,59% medida pelo IPCA, do IBGE, nos últimos doze meses.
O índice é medido através da coleta de preços do comércio, prestadores de serviços, concessionária de serviços públicos e domicílios (para levantamento de aluguel e condomínio). A população-objetivo do IPCA abrange as famílias com rendimentos mensais compreendidos entre um e 40 salários-mínimos, qualquer que seja a fonte de rendimentos, e residentes nas áreas urbanas.
A conta de água é o segundo maior gasto dos condomínios (o primeiro é com a folha de pagamento e encargos). Com a Taxa Referencial de Água fixada em R$ 2,4051 por metro cúbico, a cada mil litros de água consumidos, cada unidade pagará outros R$ 2,4051 por estimativa de metro cúbico de esgoto produzido. Mas isto se for uma casa ou apartamento que gaste apenas 15 metros cúbicos de água por mês.
Como pouquíssimos condomínios dispõem de hidrômetros individuais e o consumo é medido pelo total de metros cúbicos fornecidos ao edifício, a tarifa sobe para R$ 19,2407 o metro cúbico para o consumo acima de 60 mil litros mensais.
Lucro líquido e investimento enxuto
Com reajustes acima da inflação, a empresa Águas de Niterói, que recebeu há 15 anos do município a concessão para prestar o serviço de fornecimento de água e de tratamento de esgoto, registra sempre bons lucros para seus acionistas.
Em 2013, segundo balanço da empresa publicado em junho último, seu lucro líquido foi de R$ 49,340 milhões, de cujo montante distribuiu a metade para os acionistas (R$ 24,670 milhões); fez uma reversa de lucros no total de R$ 23,436 milhões e anunciou a aplicação de apenas 3% em investimentos (obras de ampliação de rede, etc) no valor de R$ 1,533 milhão.