A inflação bate à porta dos condomínios e já chega pesando nas contas de energia elétrica, desde terça-feira (15/3) majoradas em 17,14% pela concessionária Enel. E ainda têm as bandeiras tarifárias que se somam às contas para compensar crises hídricas. Por falar em água, ao reverem a planilha de previsão orçamentária dos Condomínios, os síndicos devem lembrar que, para julho de 2022, a concessionária Águas de Niterói também já tem aprovado novo aumento de 4,14%. As contas de água e esgoto foram reajustadas em 12,74% em janeiro último. Esse índice vai totalizar um aumento anual de 16,88%.
A majoração das contas de luz foi autorizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), por conta também da seca nos reservatórios verificada em 2021. Isto aumentou os custos das empresas distribuidoras na compra de energia de termelétricas e, como sempre, o ônus vai ser arcado pelo consumidor final.
A alta do dólar em 2021 também entrou nas justificativas para o reajuste das contas de energia elétrica. Ao longo de 2022, as contas de luz podem subir ainda mais, com a aplicação de tarifas extras (bandeiras tarifárias) para compensar eventual falta de chuvas. No caso dos clientes residenciais atendidos pela Light, no Estado do Rio, a alta autorizada é de 15,53%, um pouco abaixo dos 17,14% autorizados pela Aneel para a Enel, que atende Niterói, São Gonçalo e outros 62 municípios fluminenses (incluindo Região dos Lagos e Norte Fluminense).
Como reduzir as contas
Para tentar equilibrar os efeitos causados pelos reajustes das contas de água e luz, que em geral são as maiores despesas no orçamento anual dos Condomínios, é recomendado aos síndicos adotarem medidas de redução de gastos. A energia elétrica pode ser poupada de várias maneiras. A mais comum é fazer a troca da iluminação das áreas comuns por lâmpadas de LED, que consomem 90% menos energia do que uma lâmpada incandescente.
O controle do consumo de água, além de acarretar redução da conta mensal, embute outra vantagem. Com menor frequência da utilização de bombas de recalque para encher a caixa d’água do prédio, o consumo de energia elétrica é reduzido.
Um grande consumidor de energia nos prédios são os elevadores. Os modelos mais antigos, que trabalham com quadros por relê, que armam e desarmam a cada chamada, fazem a conta de luz subir. Como o custo para a troca desses elevadores por modelos novos é muito elevado, uma solução é modernizar os existentes instalando um comando por inversor de frequência, que gera economia de cerca de 40% ao transformar energia elétrica de corrente alternada fixa em variável, controlando a potência consumida pela carga, recomendam especialistas.
No caso das contas da Águas de Niterói, ao realizarem agora neste mês a previsão orçamentária anual, os síndicos devem lembrar que em julho a empresa já está autorizada pela prefeitura niteroiense a aplicar novo reajuste, desta vez de 4,14 por cento sobre a tarifa referencial de água de novembro de 2021.
Os condomínios residenciais são os que pagam mais. Com o reajuste aprovado pela Prefeitura, através da Emusa, o metro cúbico passou a custar, em janeiro de 2022, R$ 4,3679, segundo a tabela progressiva para os consumidores domiciliares que gastam até 15 mil litros mensais.
No caso dos condomínios, esse tipo de consumidor paga a tarifa mínima estimada de 15 metros cúbicos vezes o número de unidades existentes no prédio. O volume de água que ultrapassar o mínimo tarifado é cobrado de acordo com uma tabela progressiva, que chega a R$ 34,9432 por metro cúbico na faixa acima de 60 metros cúbicos marcados no hidrômetro.
Com a Taxa Referencial de Água (TRA) fixada para as contas de dezembro de 2021 a junho de 2022 em R$ 4,3679, cada unidade ligada à rede da concessionária tem que pagar outros R$ 4,3679 por estimativa de metro cúbico de esgoto produzido. De julho a dezembro deste ano, a TRA passará a custar 4,52.