A crise hídrica que afetou, principalmente, os condomínios de São Paulo, se está longe de bater à porta dos condomínios de Niterói e São Gonçalo, certamente afeta condôminos e moradores dessas duas cidades do Leste Fluminense pelo seu custo cada vez mais elevado. Na ex-capital do Estado do Rio, a concessionária Águas de Niterói tem obtido da Prefeitura reajustes sempre acima da inflação para cobrar pela água que distribui e pelo esgoto que trata.
Diante de outra crise – a econômica – que seca os bolsos e inunda a todos em dívidas crescentes, o melhor a se fazer é gastar com parcimônia. No caso da água, como a medição e a cobrança é feita pela totalidade do que as companhias entregam aos condomínios, para muitos síndicos isto acaba desestimulando a redução de gastos de maneira individual. Neste caso, quem gaste pouca água ou cuida para não desperdiçar o chamado líquido precioso paga pelos outros que não têm este cuidado na hora do rateio da despesa condominial.
O abastecimento de água e o serviço de esgoto representam, em muitos condomínios, 27% dos gastos comuns do prédio. Então, nunca é demais o síndico buscar soluções para conter esse vazamento na economia de seus condôminos.
A melhor delas seria a instalação de medição individualizada do consumo de água em cada unidade. A mais justa delas, com certeza, porém, a mais inviável para condomínios de construções antigas, em que o custo de implantação dos hidrômetros individualizados acarretaria um custo acima da capacidade de endividamento dos condôminos.
Outras medidas, no entanto, podem ser aplicadas com bons resultados. A primeira delas, uma campanha de conscientização dos moradores para a necessidade de manter suas redes hidráulicas sem vazamentos; fazer o uso racional da água sem banhos demorados ou torneiras desnecessariamente abertas quando se barbeiam ou escovam os dentes.
Em seguida, os síndicos podem também promover inspeções contra vazamentos e para a instalação de aparelhos economizadores de água (que reduzem o fluxo de torneiras); resolver em assembleia extraordinária com os condôminos para que não se lavem carros ou calçadas utilizando mangueiras que jogam muitos litros de água fora.
Se der no orçamento, os condôminos poderão instalar um sistema de captação de água de chuva para a rega de jardins e a lavagem de corredores e partes comuns do prédio. A água de chuva, coletada pelas calhas no telhado do prédio, seria armazenada em uma cisterna no térreo ou no subsolo. Pode ser instalado um sistema para filtrar essa água, além de outro sistema de recalque, para fazê-la chegar onde deverá ser utilizada.
Já com relação ao reuso é preciso haver uma estação de tratamento de águas cinzas descartadas pelos ralos de chuveiros e de pias para a sua reutilização em descargas, lavagens de pisos e outros. No país, esse sistema já vem sendo bem utilizado por indústrias e condomínios de construção mais recente, obrigados, no caso de Niterói, a seguir a lei municipal nº 2.856, de 25/07/2011 – Publicada em 26/07/2011.