Condomínios de São Paulo já começaram a restringir o uso das piscinas, diante da grave crise de abastecimento de água potável que o estado vem enfrentando há meses. Alguns prédios fecham as piscinas, churrasqueiras e salões de festa e alguns síndicos já estão propondo até o racionamento para os apartamentos.
A seca que afeta São Paulo, onde o abastecimento de água potável feito pelo Sistema Cantareira chegou a níveis críticos, indicando que a água poderá acabar este mês de novembro, também afeta o sistema hídrico do Estado do Rio de Janeiro, com a redução considerável do nível das águas do rio Paraíba do Sul.
A falta de chuva na Região Sudeste pode provocar falta de água para a população fluminense, como já ocorre em São Paulo, alertam especialistas da Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia (ABESCO).
Para o presidente da Agência de Meio Ambiente do município de Resende, Wilson Moura, o risco da falta de água no Rio de Janeiro é grande, inclusive com a possibilidade de utilização das camadas mais profundas, com concentração maior de sedimentos, o que encarece o tratamento da água para consumo.
Mesmo com a previsão de chuva para os próximos dias, Moura teme que não seja suficiente. “Em consequência da estiagem, muitas de nossas nascentes secaram. Pequenos córregos e cursos d’água estão desaparecendo, mas isso é reversível. Quando voltar a chover, provavelmente a situação se normalizará. Entretanto, como o período de estiagem foi longo, os efeitos são sentidos em várias regiões. As chuvas precisariam ser prolongadas para que os níveis das represas fossem restabelecidos e tranquilizasse a população”, observou.
Wilson Moura informou que a situação do Rio de Janeiro é pouco melhor que a de São Paulo, porque, segundo ele, o Rio tem algumas barragens e mais afluentes. “Estamos mais confortáveis que o pessoal de São Paulo, mas, se a chuva não vier rápido, isso não dura muito. Então, precisamos de ações para evitar um colapso no regime de captação, tratamento e distribuição”, explicou.
Segundo Moura, o Rio Paraíba do Sul tem hoje aproximadamente 2 metros de profundidade, volume bem abaixo da vazão da época. Alertou para o risco da falta de água, assinalando que as pessoas precisam acreditar nessa possibilidade. “A gente está muito preocupado com a situação, embora estejamos bem melhores que nossos vizinhos de São Paulo. O Rio Paraíba do Sul tem uma importância fundamental para o estado do Rio. Ele abastece quase 80% do Grande Rio. Daí, nossa preocupação com esse período prolongado de estiagem”, acrescentou Moura. (Com Abesco e Agência Brasil)
Saiba como:
Racionalizar uso de água pode evitar racionamento