Publicado no jornal O Fluminense, de 02/02/2014
A chegada do verão e o forte calor aliado às férias escolares de janeiro, além da maior permanência das pessoas em casa sob os efeitos das altas temperaturas, refletem nas contas de condomínio, que ficam mais caras por conta do maior consumo de água e de energia elétrica.
Apesar disso, o uso contínuo de aparelhos de ar-condicionado e os muitos banhos por dia, para aliviar a sensação térmica no corpo, não são atos que síndicos pretendem cercear dos seus vizinhos para inibir o aumento nas contas do condomínio, mas outras medidas são adotadas por eles para evitar que os valores sejam um problema para os condôminos, evitando ainda que haja inadimplência.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Condomínios de Niterói e São Gonçalo (SinCond), Alberto Machado Soares, neste ano, por conta dos recordes de temperatura, as contas de água e energia aumentaram, no mínimo, de 20% a 25%, mas o normal é crescer entre 10% e 15%.
“O consumo realmente aumenta e fica difícil fazer economia nessa época. Às vezes, a pessoa toma de três a quatro banhos por dia, por exemplo, e realmente é complicado pedir as pessoas para racionarem água e luz.
Têm casos em que a gente consegue conciliar um mês que foi mais fraco, com o posterior, pois a maioria dos condomínios está rateando a água mensalmente, em função desse consumo maior”, explica o síndico.
Quanto à energia elétrica, Alberto conta que já utiliza luzes econômicas durante todo o ano, nos três condomínios em que trabalha como síndico. Ele planeja futuramente substituí-las por lâmpadas de LED, que poupam cerca de 80% de energia elétrica e têm durabilidade bastante superior às comuns.
“A LED é muito mais econômica que qualquer outra, mas ainda tem preço muito alto. Quando conseguirem reduzir os preços, ela será a escolha mais vantajosa, porque a incandescente sairá de linha”, diz ele.
Para o presidente do SinCond, a inadimplência dos condôminos não é afetada pela subida na cota, devido ao consumo dos recursos no verão.
“É mais ou menos igual quase que o ano todo. Para isso, é necessário haver sempre a cobrança efetiva. O que não pode é a pessoa não pagar e deixar para depois, porque um condomínio só é uma coisa, mas dois já têm multa e pode virar uma bola de neve”, ressalta.
Já a síndica e moradora de um condomínio em Icaraí, na zona sul de Niterói, Gisele Vichy, de 55 anos, diz que a diferença é mínima nas contas neste período.
“Aqui são apenas 13 apartamentos e não há gente morando em todos, além disso, não existem muitas crianças. Nunca ultrapassamos a taxa mínima de água, mas na luz tive que fazer umas adequações. A maioria acende por sensores e as que não têm este mecanismo, deixamos muito pouco ligadas”, afirma. ( Texto: Iris Marini – Foto 2 – Julio Silva)